terça-feira, 19 de março de 2013

Camps. do Mundo 2013 - Análise da final de Pares

CAMPEONATOS DO MUNDO 2013
 
PARES
 
Análise do programa livre
 

Tatiana Volosozhar & Maxim Trankov - Este par conseguiu finalmente vencer a medalha de ouro nos campeonatos do mundo depois de terem ficado em segundo lugar nas últimas duas épocas. Este foi também o regresso da Russia ao topo do pódio na disciplina de pares. Os últimos campeões do mundo daquele país nesta disciplina foram Tatiana Totmianina e Maxim Marinin em 2005.
O programa livre de Volosozhar & Trankov foi quase perfeito. Os elementos foram realizados com grande segurança e amplitude, o que conferiu uma grande espectacularidade à sua prova. Todos os elementos técnicos que executaram foram cotados com grau de execução positivo.
O seu programa livre foi iniciado com um triplo twist de nível 4 (8,30pts) de fazer cair o queixo. Dos noves juízes do painel, oito deles atribuiram +3 na escala da execução (grau máximo de excelência) nesse elemento. O segundo elemento técnico do programa foi um triplo salchow lado-a-lado (5,60pts), a que se seguiu um combinação de triplo toe loop-duplo toe loop também lado-a-lado (6.70pts). A espiral da morte foi classificada de nível 4 e rendeu-lhes 4.90pts. Depois foi a vez de executarem um peão em paralelo que também recebeu a classificação de nível 4 (4.71pts). O sexto elemento do esquema foi um triplo loop lançado enorme (7.60pts). Depois seguiu-se uma elevação de nível 4 que pertence ao grupo de dificuldade 5 (9.20pts). O triplo salchow lançado também foi realizado com sucesso (6.45pts). No entanto, logo após este elemento, Trankov caiu para a frente inexplicavelmente mas levantou-se rapidamente sem que essa peripécia estragasse o ritmo do programa. Essa queda, ainda que insignificante, valeu-lhes uma dedução de um ponto. O nono elemento técnico que este par executou foi outra figura de elevação do grupo de dificuldade 5 que recebeu classificação de nível 4 e 8.45pts. Na sequência coreográfica eles obtiveram 3.40pts. Seguiu-se outra figura de elevação com nível 4 (5.69pts). O último elemento do programa foi um peão de par (nível 4 e 5.36pts). Chamo ainda a atenção para o facto dos dois saltos lançados e das três elevações terem sido executados na segunda metade do esquema, o que lhes permitiu obter mais 10% sobre a cotação base desses elementos.
No que diz respeito aos componentes, eles receberam 9.39 para a pericia, 9.07 para as transições/passos de ligação, 9.36 para a performance/execução, 9.32 para a coreografia/composição e 9.43 para a interpretação.


Aliona Savchenko & Robin Szolkowy - Este par alemão é sempre espectacular e desta vez não foi excepção, apesar do seu programa livre não ter sido perfeito ao nível da execução dos saltos lado-a-lado. Eles tinham previsto fazer uma sequência de dois triplos toe loop mas os saltos apenas foram cotados como duplos. Robin fez de facto o triplo mas Aliona apenas fez um duplo. Por causa disso, o valor base foi contabilizado como duplo e ainda por cima sofreu uma penalização de 0,46 devido ao grau de execução negativo. Na tentativa de triplo salchow lado-a-lado, Aliona fez apenas um duplo e Robin fez uma recepção muito defeituosa que foi considerada como queda. Este salto também viu o seu valor base diminuído para duplo a que se acumulou uma penalização de 0,60 devido ao grau de execução negativo. Este par também sofreu com a atribuição de grau de execução negativo no seu último elemento: nada mais, nada menos do que um triplo axel lançado. Sim, leram bem: um triplo axel lançado. O valor base do elemento é de 8.25pts e eles perderam 0,86 por causa do grau de execução negativo, totalizando 7,39pts no elemento. Apesar do grau de execução negativo no triplo axel lançado, este foi o elemento que se mostrou determinante para este par conseguir subir do terceiro para o segundo lugar e assim arrecadar a medalha de prata. Foi mesmo decisivo. Os restantes elementos foram considerados executados positivamente. Um dos momentos mais altos do programa foi o triplo flip lançado (7.30pts). A espiral da morte foi classificada com nível 4 (4.80pts). O peão em paralelo foi de nível 3 (3.57pts) e o peão de par foi de nível 4 (5.50pts). Na sequência coreográfica eles amealharam 3.30pts. Duas figuras de elevação eram do grupo de dificuldade 5 e conseguiram alcançar o nível 4 (17.00pts). A última figura de elevação era do grupo 3 (nível 4 e 5.19pts). O triplo twist foi de nível 3 (7.58pts). Nos componentes, Aliona e Robin foram galardoados com 8.68 para a pericia, 8.50 para as transições/passos de ligação, 8.39 para a performance/execução, 8.86 para a coreografia/composição, 8.64 para a interpretação.


Meagan Duhamel & Eric Radford - O Canadá não conseguia colocar um par no pódio em campeonatos do mundo desde o ano de 2008. Duhamel & Radford souberam lidar com a pressão de estar a patinar perante o seu público e souberam lidar com as expectativas que os seus compatriotas criaram depois do program curto. Este par pode não ser o mais espectacular do mundo em termos de execução dos elementos mas é necessário reconhecer-lhes o mérito de tentarem elementos de grau de dificuldade elevado ao nível dos saltos. Eles começaram por executar um triplo twist de nível 2 que lhes rendeu 6.70pts. Seguidamente, Duhamel e Radford fizeram um triplo lutz lado-a-lado (6.90pts). Depois foi tempo de realizarem a sequência coreográfica (3.30pts) e uma figura de elevação de nível 3 (7.20pts). No peão em paralelo de nível 4 eles obtiveram 4.21pts. A segunda figura de elevação também foi de nível 3 (7.80pts). Já na segunda metade do esquema, Duhamel e Radford tentaram uma combinação de três saltos: triplo salchow-duplo toe loop-duplo toe loop. Nesta combinação eles foram penalizados com grau de execução negativo pois tanto no primeiro salto como no último as rotações não foram efectivamente completas. Ficaram com 4.11pts na combinação. Seguiu-se o peão de par de nível 4 (5.00pts), o triplo loop lançado (6.30pts) e uma figura de elevação de nível 3 (4.28pts). No triplo lutz lançado também foram penalizados com grau de execução negativo (5.95pts). Terminaram o seu programa livre com uma espiral da morte de nível 3 (4.00pts). Os componentes do programa ficaram balizados entre 7.89 e 8.25.


Kirsten Moore Towers & Dylan Moscovitch - Estes canadianos estiveram bastante aguerridos e atacaram todos os elementos do seu esquema com uma boa dose de convicção que empolgou o público. Eles não são propriamente muito refinados na sua maneira de patinar nem têm uma grande suavidade na entrada e saída dos elementos. À primeira vista as melhores qualidades gerais da sua patinagem passam pela demonstração de força e pelas interessantes posições de entrada nas figuras de elevação (chamando a atenção para a posição inicial do patinador). A nota técnica de partida foi de 57.71pts e eles melhoraram-na para 66.78pts. Apenas um elemento foi penalizado com grau de execução negativo: triplo salchow lançado (4.25pts). Quanto a saltos lançados, este par também executou um triplo loop (6.60pts). Os dois saltos lançados foram executados na segunda metade do programa. A nível de saltos lado-a-lado, este par executou uma sequência de dois triplos toe loop (7.86pts) e um triplo salchow (4.90pts). Os dois peões foram de nível 4 (9.50pts) assim como a espiral da morte (4.40pts). O triplo twist foi de nível 2 (6.20pts) e a sequência coreográfica valeu-lhes 2.90pts. As duas primeiras figuras de elevação foram classificadas de nível 4 (15.61pts) enquanto que a terceira foi de nível 3 (4.56pts). Nos componentes do programa, os juízes atribuiram-lhes 8.14 para a performance/execução, mas os restantes segmentos situaram-se entre 7.82 e 7.96.


Qing Pang & Jian Tong - A lesão que apoquenta um dos joelhos de Tong continua a impedi-lo de efectuar os seus saltos com qualidade, eficácia e perfeição. Este problema está a fazer com que eles fiquem em desvantagem em relação aos seus mais directos adversários e isso verificou-se nos campeonatos do mundo. No programa livre, a sequência de dois duplos axel foi cotada apenas como axel simples (3.73pts) e no triplo toe loop apenas conseguiram +0,10 no grau de execução para totalizarem 4,20pts nesse elemento. Ou seja, eles perderam imensos pontos nos saltos lado-a-lado em comparação com os outros pares de topo. O triplo twist foi um dos melhores momentos do esquema (7.10pts). No que diz respeito a peões, Pang & Tong obtiveram o nível 4 no peão em paralelo e no peão de par (4,29pts + 5.29pts). A sequência coreográfica rendeu-lhes 3,40pts e a espiral da morte de nível 3 valeu-lhes 4,30pts. Todas as figuras de elevação foram classificadas de nível 4 (21,99pts). O triplo loop lançado obteve 6.50pts. O único elemento punido com grau de execução negativo foi o triplo salchow lançado, onde ficaram com 3,95pts. Nos componentes, Pang & Tong obtiveram marcas entre 8.00 e 8.32.


Yuko Kavaguti & Alexander Smirnov - Este par russo apresentou um programa livre muitissimo bem coreografado mas infelizmente tive alguns percalços. Logo no início fizeram uma sequência de triplo toe loop com duplo toe loop mas o elemento foi punido com grau de execução negativo e dos 4,32pts de valor base ficaram apenas com 2,82pts. No duplo axel lado-a-lado obtiveram 3.87pts. O terceiro elemento no esquema foi o triplo twist de nível 3 (6.60pts). A espiral da morte foi classificada de nível 3 e rendeu-lhes 4,10pts. Ambos os peões alcançaram o nível 4 (9,50pts). Na sequência coreográfica amealharam 3,30pts. No que respeita a saltos lançados, eles executaram o triplo salchow (5,75pts) e o triplo loop (6.90pts). A primeira figura de elevação que efectuaram no programa pertenceu ao grupo 5 de dificuldade, tendo alcançado o nível 4 e 8.15pts. A segunda figura de elevação também chegou ao nível 4 e rendeu-lhes 5.40pts. Só que quando estavam a entrar para a posição da última figura de elevação um dos patins de Alexander Smirnov tocou na barreira lateral do rinque e o elemento teve de ser desmanchado devido a perda de equilíbrio e impossibilidade de segurar a posição. Por causa disso, este par perdeu imensos pontos precisamente num tipo de elemento onde por norma é fortíssimo. Uma das explicações para este pequeno acidente pode residir no facto do rinque onde decorreram os campeonatos do mundo ter menos 4 metros do que os rinques normais para provas internacionais. Aliás Kavaguti e Smirnov não foram os únicos atletas a ter problemas com isso. Também Max Aaron acabou mesmo em cima da tabela (mais um bocadinho e voava para cima do público) na recepção de um salto. Por outro lado, ainda bem que Kavaguti e Smirnov não cairam porque as figuras de elevação são elementos muito perigosos para os patinadores. Quando vemos tudo bem feito esquecemo-nos do risco que os atletas estão a correr e quando presenciamos este tipo de situações em competição é inevitável arrepiarmo-nos. Enfim... foi só um susto. Os componentes deste par ficaram balizados entre 8.04 e 8.36.


Vera Bazarova & Yuri Larionov - Este par começou o esquema com dois elementos que foram punidos com grau de execução negativo. Este par perdeu -0,20 no triplo toe loop lado-a-lado (3.90pts) e na tentativa de sequência de duplo axel com duplo axel perdeu -1.14, tendo ficado com apenas 1.58pts nesse elemento. Todos os restantes elementos obtiveram um grau de execução positivo. O triplo twist (7.10pts) e a espiral da morte (4.10pts) foram classificados com o nível 3. No triplo flip lançado eles obtiveram 6.10pts e no triplo loop lançado arrecadaram 6.00pts. No peão em paralelo obtiveram 3.93pts e no peão de combinação ficaram com 5.00pts. Na sequência coreográfica amealharam mais 2.90pts. Todas as figuras de elevação alcançaram a classificação de nível 4, sendo que duas delas se incluíram no grupo 5 de dificuldade, totalizando 21.80pts. No que toca aos componentes, os juízes atribuiram-lhes 7.68 para a pericia, 7.43 para as transições/passos de ligação, 7.46 para a performance/execução, 7.64 para a coreografia/composição e 7.54 para a interpretação.

Sem comentários:

Enviar um comentário