terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Campeonatos dos 4 Continentes 2016 - Dança

Campeonatos dos 4 Continentes 2016

Taipei City

Entre os dias 16 e 21 de Fevereiro


Categoria de dança

Maia e Alex Shibutani venceram o título dos Campeonatos dos 4 Continentes pela primeira vez na sua carreira. No seu palmarés, esta medalha de ouro junta-se à medalha de prata conquistada em 2011 e à medalha de bronze da temporada passada. Este título deve ter-lhes reforçado a confiança visto que deixaram para trás rivais que normalmente costumam ficar à sua frente. Esta vitória também é significativa pois a sua nota final global foi bastante próxima da que Gabriella Papadakis & Guillaume Cizeron obtiveram nos Campeonatos da Europa 2016. Isto permite-lhes sonhar com a disputa do título mundial. Mas por agora vamos concentrar-nos no que se passou nesta competição em concreto. Maia e Alex obtiveram uma pontuação de 72.86pts na dança curta e 108.76pts na dança livre. Na dança curta, Maia e Alex ficaram com uma excelente nota técnica de 37.20pts conquistada à custa de graus de execução muito bons e do nível 4 em todos os elementos. O elemento que conseguiu uma maior pontuação foi a sequência de passos que ficou com 10.80pts. Os twizzles obtiveram 8.31pts. As duas sequência obrigatórias de valsa Ravensburger totalizaram 12.05pts. A figura de elevação rendeu-lhes 6.04pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram de 8.86 na perícia, 8.64 nos passos de ligação/movimento, 9.00 na performance, 9.07 na coreografia e 9.00 na interpretação/timing. No entanto, apesar da maioria do painel lhe ter atribuído notas altas, a verdade é que alguns juízes não ficaram completamente convencidos. Eles não se livraram de duas notas de 7.75 nos passos de ligação/movimento e uma nota de 7.75 na coreografia.
Na dança livre, Maia e Alex conseguiram o nível máximo em seis dos oito elementos do esquema. A sequência de passos em circular foi de nível 3 e a figura de elevação coreográfica (1.80pts) foi de nível 1. Como devem saber, o elemento coreográfico é sempre considerado de nível 1 e tem um valor base igual, independentemente de ser uma figura de elevação, um twizzle ou um peão (cada par tem de assinalar com antecedência qual é o elemento coreográfico). Tudo o resto foi de nível 4. Os twizzles permitiram-lhe amealhar 8.40pts e no peão conquistaram 7.14pts. As duas sequências de passos renderam-lhe um total de 19.79pts. Maia e Alex totalizaram 17.79pts nas figuras de elevação. Em todos os elementos eles conquistaram uma clara maioria de +2 e +3 nos graus de execução, sendo que +3 é o grau de excelência. A sua única falha foi a de terem ultrapassado o tempo limite permitido pelo código de pontos numa das figuras de elevação. Essa situação fez com que lhes fosse aplicada um dedução automática de um ponto. No que diz respeito aos componentes do programa, as médias nos segmentos fixaram-se em 9.00 na perícia, 9.04 nos passos de ligação/movimento, 9.29 na performance, 9.18 na coreografia e 9.18 na interpretação/timing.
Madison Chock & Evan Bates conquistaram a sua terceira medalha nos Campeonatos dos 4 Continentes. Desta vez ficaram com a medalha de prata. Eles começaram esta competição com o pé esquerdo pois ficaram apenas em quarto lugar na dança curta, com uma pontuação de 67.05pts. Apenas a figura de elevação (5.87pts) alcançou o nível 4. As duas sequência obrigatórias de valsa Ravensburger (10.69pts) e a sequência de passos (9.30pts) foram de nível 3. Os twizzles (5.71pts) ficaram-se pelo nível 2. Nos segmentos dos componentes, as suas médias foram as seguintes: 8.89 na perícia, 8.71 nos passos de ligação/movimento, 8.86 na performance, 8.89 na coreografia e 9.00 na interpretação/timing. Igor Shpilband não estava muito contente com a prestação dos seus pupilos e a sua expressão foi bem clara enquanto esperavam pelas notas. Chock & Bates tinham como objectivo a medalha de ouro e esta prestação na dança curta colocou-os em desvantagem pontual face aos irmãos Shibutani e a Weaver & Poje. Na dança livre, Madison e Evan recuperaram com uma excelente nota de 107.59pts. As duas sequências de passos foram de nível 3 e totalizaram 17.97pts. Tudo o resto alcançou a classificação de nível 4. As figuras de elevação renderam-lhes 17.78pts. No twizzles eles ficaram com 7.80pts e no peão conseguiram 6.80pts. Na figura de elevação coreográfica ficaram com 2.14pts. As suas médias nos segmentos dos componentes fixaram-se em 9.07 na perícia, 9.00 nos passos de ligação/movimento, 9.39 na performance, 9.25 na coreografia e 9.21 na interpretação. Ironicamente, Chock & Bates conseguiram médias melhores do que os irmãos Shibutani na dança livre.
Os canadianos Kaitlyn Weaver & Andrew Poje foram os grandes derrotados desta competição. Os campeões dos 4 Continentes 2015 desta vez tiveram de contentar-se com a medalha de bronze.Na dança curta, Kaitlyn e Andrew ainda estavam na corrida pela medalha de ouro, tendo obtido uma nota de 72.42pts e o segundo lugar. A primeira sequência obrigatória de valsa Ravensburger (5.69pts) e a sequência de passos (9.46pts) foram classificados com o nível 3. A segunda sequência obrigatória de valsa Ravensburger (6.03pts), os twizzles (8.14pts) e a figura de elevação (6.04pts) foram de nível 4. Nos segmentos dos componentes do programa que compõem a segunda nota, as suas médias foram de 9.18 na perícia, 9.07 nos passos de ligação/movimento, 9.32 na performance, 9.39 na coreografia e 9.36 na interpretação/timing. É de destacar que um juiz lhe atribuiu a nota de 10.00 no segmento de coreografia. Na dança livre, Kaitlyn e Andrew ficaram em quarto lugar com uma nota de 101.43pts. Os principais problemas na parte técnica ocorreram na figura de elevação em rotação pois foi meramente de nível 1 (que é o nível mínimo), nos twizzles (5.46pts) e no peão (4.46pts) que foram de nível 2. Mesmo com grau de execução positivo, como o nível desses elementos foi mais baixo isso reflectiu-se num valor base menor. Isso fê-los perder pontos preciosos face aos Shibutani e a Chock & Bates. As duas sequências de passos alcançaram o nível 3 e totalizaram 19.22pts. Nas figuras de elevação o seu total foi de 14.69pts. A figura de elevação coreográfica rendeu-lhes 2.06pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram as seguintes: 9.29 na perícia, 9.25 nos passos de ligação/movimento, 9.07 na performance, 9.36 na coreografia e 9.32 na interpretação/timing. 
Madison Hubbell & Zachary Donohue tiveram um pouco de azar. Este par foi terceiro quer na dança curta como na dança livre mas terminou na quarta posição na classificação geral final, com apenas 1.56pts de desvantagem face a Weaver & Poje. Na dança curta a sua nota foi de 69.36pts. O seu esquema foi iniciado com as duas sequências obrigatórias de valsa Ravensburger, sendo que a primeira delas foi de nível 3 (5.51pts) e a segunda foi de nível 4 (5.86pts). No entanto, a primeira foi melhor executada do que a segunda. Os twizzles (7.89pts), a sequência de passos (10.49pts) e a figura de elevação (5.96pts) alcançaram o nível 4. As suas médias nos segmentos dos componentes foram de 8.39pts na perícia, 8.18 nos passos de ligação/movimento, 8.50 na performance, 8.54 na coreografia e 8.46 na interpretação/timing. Houve um juiz que só lhes atribuiu 6.75 nos passos de ligação/movimento e na coreografia. Esse mesmo juiz deu-lhes apenas 7.00 na perícia e na performance. Em contraste, houve outro juiz que lhe colocou notas acima de 9.00 em todos os segmentos, o que na minha opinião, depois de ver e rever a prova, não se justifica. Na dança livre, a sua nota foi de 102.93pts. A sequência de passos circular foi o único elemento de nível 3 pois tudo o resto alcançou o nível 4. Na duas sequências de passos eles totalizaram 19.00pts e nas figuras de elevação conquistaram um total de 16.67pts. Por terem violado o limite de tempo permitido numa das figuras de elevação foi-lhes aplicada uma dedução automática de um ponto. Os twizzles permitiram-lhes arrecadar mais 8.23pts e o peão deu-lhes 6.71pts. A figura de elevação coreográfica rendeu-lhes 1.89pts. Nos segmentos dos componentes, as suas médias de pontos foram de 8.57 na perícia, 8.36 nos passos de ligação/movimento, 8.57 na performance, 8.68 na coreografia e 8.68 na interpretação/timing. Comparando com as suas notas nos segmentos na dança curta com o que receberam na dança livre, desta vez o painel foi mais uniforme. No entanto, no segmento da perícia eles receberam notas entre 7.75 e 9.25. Lamento, mas não consigo ver como é que este par, com esta prestação, justificou o preenchimento de critérios para receber 9.25 na perícia. 
Os canadianos Piper Gilles & Paul Poirier tiveram de contentar-se com a quinta posição em todas as fases da competição e ficaram bastante longe da luta pelas medalhas. Na dança curta eles obtiveram uma nota de 63.92pts, tendo os twizzles (7.97pts) e a figura de elevação (5.79pts) alcançado o nível 4. A sequência de passos (8.83pts) e a segunda sequência obrigatória de valsa Ravensburger (5.17pts) foram classificadas com o nível 3. A primeira sequência obrigatória da valsa Ravensburger foi apenas de nível 1 (3.97pts). As suas médias nos segmentos dos componentes fixaram-se em 8.14 na perícia, 7.93 nos passos de ligação/movimento, 7.96 na performance, 8.21 na coreografia e 8.00 na interpretação. Na dança livre a sua nota foi de 98.27pts. Nas duas sequências de passos eles totalizaram 15.37pts, sendo que a primeira foi de nível 2 e a segunda foi de nível 3. O seu total de pontos em figuras de elevação foi 17.09pts. Nos twizzles a sua pontuação foi de 7.89pts e no peão conseguiram 6.71pts. A figura de elevação coreográfica permitiu-lhes amealhar 2.06pts. Com excepção das duas sequências de passos, tudo o resto foi de nível 4. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.18 na perícia, 8.11 nos passos de ligação/movimento, 8.07 na performance, 8.39 na coreografia e 8.21 na interpretação/timing. Para mim, este par tem um problema: é que Paul tem uma qualidade base de patinagem superior à de Piper e em alguns momentos dos programas isso torna-se muito óbvio. Ela tem evoluído imenso mas ainda falta mais um pouco para que o par possa ficar equilibrado. Espero que consigam mudar para melhor pois são muito interessantes e não têm medo de arriscar com coreografias um pouco diferentes do habitual, o que é sempre de saudar. 

Da esquerda para a direita: Madison Chock & Evan Bates, Maia e Alex Shibutani e Kaitlyn Weaver & Andrew Poje
 

Vídeos da competição

Maia Shibutani & Alex Shibutani
Dança curta
Dança livre 

Madison Chock & Evan Bates
Curta
Livre 

Kaitlyn Weaver & Andrew Poje
Curta
Livre 

Madison Hubbell & Zachary Donohue
Curta
Livre 

Piper Gilles & Paul Poirier
Curta
Livre 

Kana Muramoto & Chris Reed
Curta
Livre 
 
Tabela com o resultado final



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