quarta-feira, 21 de junho de 2017

Tradução de entrevista de Tatiana Tarasova

A lendária treinadora Tatiana Tarasova concedeu uma entrevista a uma jornalista russa Elena Sobol em que respondeu às questões com a sua habitual frontalidade. Tarasova não se coibiu de demonstrar a sua falta de esperança em Adelina Sotnikova e Julia Lipnitskaya, para além de apontar o dedo a Maxim Kovtun e Mikhail Kolyada. Podem ler a tradução aqui em baixo e espero que gostem do trabalho.



Elena Sobol – Tatiana Anatolievna, o que é que tem feito durante o interregno entre temporadas?

Tatiana Tarasova – Estou de férias até ao meio de Julho e depois tratarei de coisas referentes ao meu trabalho como comentadora. Eu vou aprender coisas novas para poder comentar no futuro – as regras vão ser um pouco modificadas. Eu também estarei presente em alguns seminários para juízes para obter a informação correcta que depois vou processar e projectar para os telespectadores. Os telespectadores são diferentes. Agradeço-lhes por me adorarem como comentadora. Eles enviaram-me tantas mensagens que eu senti-me apoiada e amada.

Elena Sobol – E com razão.

Tatiana Tarasova – Eu tenho de corresponder então estou a planear reunir nova informação antes dos Jogos Olímpicos. Eu planeio ir aos rinques em Julho, ver os testes. Os testes dos juniores em Agosto e os testes dos seniores em Setembro em Sochi. Eu penso que o tempo antes da temporada começar vai passar muito depressa.

Elena Sobol – Algum patinador pediu a sua ajuda antes da temporada Olímpica?

Tatiana Tarasova – Não. Os nossos patinadores estão acompanhados e eu nem sequer estou a considerar os pedidos de patinadores estrangeiros, apesar de terem havido alguns.

Elena Sobol – Porque é a época Olímpica?

Tatiana Tarasova – Porque eu decidi assim.

Elena Sobol – E que é que vai apoiar?

Tatiana Tarasova – Eu já apoiei quem tinha de apoiar.

Elena Sobol – O que é que a fez feliz e o que é que a chateou na temporada passada?

Tatiana Tarasova – A época acabou e não vale a pena discutir. Todos estão a descansar. Vai haver uma época nova e um novo frenesim. O meu falecido pai costumava dizer “Olha para a frente. Vai em frente”.

Elena Sobol – E o que há em frente?

Tatiana Tarasova – Os Jogos Olímpicos. Eu espero uma luta para entrar na selecção. Os 30mx60m vão decidir. A nova temporada vai começar e os patinadores irão alcançar novos objectivos.




Elena Sobol - Você pensa que Medvedeva vai conseguir? Ela vai ter de provar que ela é a líder.

Tatiana Tarasova – Nós vamos ter de esperar e estar agradecidos pelo que ela e a Eteri Tutberidze têm feito a cada ano. Eu vou debater isso.

Elena Sobol – Você gosta da Medvedeva?

Tatiana Tarasova – Como não posso gostar? Ela é bicampeã mundial.

Elena Sobol – Você acredita que Adelina Sotnikova, campeã olímpica em 2014, irá regressar ao seu nível anterior?

Tatiana Tarasova – Não.

Elena Sobol – Você acredita no Plushenko como treinador?

Tatiana Tarasova – Quando ele der provas então eu acreditarei.




Elena Sobol – A Alina Zagitova está prestes a começar a sua carreira sénior. Ela e a treinadora vão decidir se ela irá tornar-se sénior nesta temporada.
Tatiana Tarasova – Eu falei nisso desde que vi a Alina. Eu disse que aquela menina, estando a patinar e a progredir como tem feito, pode vencer os Jogos Olímpicos. Ela é muito interessante e tem um potencial enorme.

Elena Sobol – Ela deve precipitar as coisas?

Tatiana Tarasova – Ela tem uma boa treinadora que deve responder a essa pergunta. Guardar-se como aconteceu com Stolbova & Klimov nunca devia ser feito. 

Elena Sobol – A Elena Radionova mudou-se para o grupo de Elena Buyanova. Esta vai ser uma relação de trabalho interessante?

Tatiana Tarasova – Sim. A Buyanova sabe como trabalhar com raparigas; resulta bem para ela. Elas já têm programas interessantes, um deles foi feito pelo Peter Tchernyshev. No que diz respeito à parte técnica isso é da responsabilidade da treinadora.

Elena Sobol – Será que iremos ver a Julia Lipnitskaya novamente?
Tatiana Tarasova – Eu penso que não. Ela é uma estrela que brilhou no seu tempo e agradecemos-lhe isso. A Julia foi uma pérola dos Jogos Olímpicos de Sochi. Ela jamais será esquecida – a menina do vestido vermelho. O grande Spillberg enviou-lhe uma carta. Tu alguma vez recebeste uma carta dessas? Não. Eu também não. Mas ela recebeu. Ela foi totalmente reconhecida. Foi o caminho dela. Um novo caminho se abrirá para ela.




Elena Sobol – Os estado da nossa patinagem masculina está longe de ser alegre. O que você nos pode dizer sobre Kovtun? Ele conseguiu medalhas nos Europeus e no World Team Trophy deste ano. Ele progrediu?

Tatiana Tarasova – O progresso às vezes não tem a ver com classificações pois não está relacionado. Há uns tempos ele foi o primeiro a incluir dois quádruplos no programa curto. Agora já não faz isso. Ele costumava arriscar 3 quádruplos no programa livre e já não o faz. De que progresso é que eu posso falar? Ele foi 4.º nos mundiais e agora é 10.º. É um retrocesso. Eu gosto do Maxim mas ele pensou que tinha todo o tempo do mundo. O tempo tem os seus limites. Ele devia trabalhar muito duro. O que é que eu posso dizer sobre o Kovtun ou até sobre o Kolyada? Eles têm de chegar lá e patinar. Ter um “enorme potencial”… Talvez eu seja demasiado exigente. Mas eu não sei ser de outra forma – o meu pai costumava dizer que se era despedido por ter a medalha de prata. Para mim o único lugar que existe é o primeiro. Eles têm o que é preciso para se tornarem primeiros, ou pelo menos conseguir uma medalha, mas eles mal conseguem chegar ao top 10. Ninguém os proíbe de nada. Eles deviam reconsiderar o seu sistema de preparação juntamente com os seus treinadores. Há qualquer coisa que não está a funcionar. E dizer “nós estamos a aprender”… Tu fazes o que fazes. Houve patinadores que integraram novos quádruplos durante a temporada. Então por agora eu não posso responder nada sobre o progresso de Kovtun e de Kolyada. Eu posso afirmar com confiança que não existe progresso.

Elena Sobol – Falando de quádruplos – as senhoras começaram a apresentá-los nos treinos. Esta é uma direcção interessante?

Tatiana Tarasova – Eu gosto.

Elena Sobol – Você acha que Volosozhar & Trankov deviam continuar a competir?

Tatiana Tarasova – Cada um precisa encontrar a sua motivação e a sua força. Essa é que é a questão. Um ponto importante para eles.

Elena Sobol – E Kavaguti & Smirnov?

Tatiana Tarasova – Eu não posso falar por eles mas se tivesse no seu lugar eu não voltaria. São demasiadas lesões. Além disso parece que o Alexander quer tornar-se treinador. Para já ele tem uma professora com quem aprender – a Tamara Nikolaevna Moskvina. Não é comum que os grandes atletas queiram tornar-se treinadores e isso é de apreciar.

Elena Sobol – Você imagina o Trankov como treinador?

Tatiana Tarasova – No passado eu sei que ele quis. Não falei com ele recentemente. O caminho de um treinador é longo. É toda uma vida. Por exemplo, a Nina Mozer tem sido treinadora desde muito jovem, enquanto a sua mãe ainda era treinadora. No entanto, os seus primeiros Jogos Olímpicos foram os de Sochi, quando o público se apercebeu dela.

Elena Sobol – O que é que você pode dizer sobre Tarasova & Morozov?

Tatiana Tarasova – Eles estiveram muito bem este ano. A Tarasova é uma heroína.

Elena Sobol – Eles têm estado na sombra de Stolbova & Klimov?

Tatiana Tarasova – Isso não é verdade. Deixem Stolbova & Klimov em paz, deixem o seu talento em paz. Se eles se recuperarem serão a nossa grande alegria. O ano passado eles foram fuzilados logo à partida…

Elena Sobol – Os dançarinos Bobrova & Soloviev tornaram-se 5.ºs e Stepanova & Bukin 10.ºs.

Tatiana Tarasova – É o melhor resultado que eles podiam ter esperado.

Elena Sobol – É um resultado objectivo?

Tatiana Tarasova – Tu achas que eles foram rebaixados nas notas?

Elena Sobol – Existiram opiniões nesse sentido depois dos mundiais em Helsínquia.

Tatiana Tarasova – Os que dizem isso deviam realmente abrir os olhos e ver quem patinou de que maneira. A Katia e o Dima, que perderam duas temporadas, estiveram muito bem para o seu nível. O que é que nós podemos tentar na categoria de dança? Estes patinadores estão em quinto. Eles devem ficar em quinto nos Jogos Olímpicos se trabalharem no duro e prepararem novos programas interessantes. Já seria um grande resultado.

Elena Sobol – Quantas medalhas é que nós devemos esperar obter nos Jogos Olímpicos?

Tatiana Tarasova – Seria excelente se as meninas conseguissem duas medalhas. Há a hipótese de uma medalha nos pares mas depende de qual. Para alguns a medalha de bronze é muito boa, para outros é um falhanço. Vamos fazer o nosso melhor. Afinal nós não fazíamos ideia que iríamos estar tão bem em Sochi. Mas correu bem. Eu desejo que todos estejam saudáveis e sem dores. Que Stolbova & Klimov recuperem das suas lesões que evitaram que eles estivessem no seu melhor. Que a Evgenia Medvedeva encontre o seu estilo. Que todos melhorem. Brevemente veremos os resultados. Nós temos de ser pacientes.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Tradução de entrevista do treinador Alexander Zhulin


O prestigiado treinador e coreógrafo Alexander Zhulin concedeu uma entrevista a um órgão de comunicação social da Rússia onde falou sobre os mais recentes desenvolvimentos no seu grupo de trabalho. O principal destaque vai para as palavras sobre o par Sinitsina & Katsalapov.

A publicação original da entrevista pode ser encontrada neste link: http://rsport.ru/interview/20170530/1121152014.HTML




Tradução de entrevista

Alexander Zhulin – A dança livre de Bobrova & Soloviev está pronta; temos de patiná-la para limar as arestas e depois Poklitaru (*coreógrafo russo) vai visitar-nos algumas vezes para dar os retoques finais. Nós tivemos uma colaboração criativa muito boa; eu gostei.

Entrevistador – Tu tens preocupações em trabalhar com um coreógrafo tão extraordinário na temporada olímpica, que esta experiência venha a ser demasiado difícil de compreender?

Alexander Zhulin – Nem por isso. Eu também trabalho nestes programas e tenho o controlo para garantir que não há desvios da patinagem artística, que o “trabalho de pés” continua difícil apesar da coreografia. Eu vejo que tudo vai ficar bem. Nós escolhemos um tipo de música que eu não quero começar a explicar antes de mostrarmos o programa.

Entrevistador – Mas isto vai ser a Bobrova & Soloviev que nós todos conhecemos e amamos, patinando com o coração?

Alexander Zhulin – Espero que a ideia seja compreendida. O estilo contemporâneo que o Radu (*referência a Poklitaru) apregoa assenta à Katia e ao Dima (*diminuitivos de Ekaterina e Dmitry). Nós trabalhamos neste caminho.

Entrevistador – Não haverá nenhuma auto - flagelação no gelo?

Alexander Zhulin – Não.

Entrevistador: Vai nos fazer recordar a dança dos passados Jogos Olímpicos?

Alexander Zhulin – Não, é uma dança completamente diferente.

Entrevistador – Em que condição se encontravam Sinitsina & Katsalapov quando os recebeste?

Alexander Zhulin – Boa. O mais importante é que o Nikita disse que todas as suas lesões estão curadas e que nada lhe dói. O ombro de Victoria está um pouco dorido mas isso é porque ela se lesionou enquanto praticava novas figuras de elevação. Felizmente não existem lesões. Os atletas estão esfomeados por trabalho e até agora eu estou satisfeito com tudo.

Entrevistador – Então podes dizer que eles não desperdiçaram a época passada que foi dura para eles?

Alexander Zhulin – Eu penso que o problema estava na sua luta com a natureza. Eu refiro-me à técnica diferente em muitos elementos. O meu objectivo reconciliar as diferenças na técnica deles o mais rapidamente possível. Depois eles já não terão dificuldades nos elementos, irão sentir-se mais confortáveis no gelo e terão mais tempo para a coreografia e emoções. Agora existem algumas pequenas dificuldades técnicas que aparecem no caminho deles. Eu estou certo de que eles ainda nem sequer realizaram 30% do seu potencial.

Entrevistador – Eu vejo que eles estão com bom espirito.

Alexander Zhulin – Sim e eu vejo que ter aqui tanto Bobrova & Soloviev como Sinitsina & Katsalapov, coisa que estava a preocupar muitas pessoas… Até agora, eu não quero agoirar mas eu não vejo quaisquer problemas.

Entrevistador – Falando dos problemas técnicos que tu mencionaste, isso significa que os treinadores anteriores – Marina Zoueva, Oleg Volkov, Elena Tchaikovskaya – foram incapazes de resolvê-los?

Alexander Zhulin – Eu nunca falo sobre os meus colegas.

Entrevistador – Ok, então esta incompatibilidade técnica continuou na mesma desde que eles formaram parceria?

Alexander Zhulin – Eu não posso dizer nada porque não trabalhei com eles nessa altura. Agora que os tenho, eu vejo as nuances e tento ajudar. Se eu tiver sucesso.

Entrevistador – Que imagens é que a Victoria e o Nikita nos vão mostrar nesta temporada?

Alexander Zhulin – A dança curta é latina, (*aqui não consegui perceber algumas palavras), mas eu penso que nós encontrámos música fora do vulgar que deverá resultar para eles. É uma dança latina muito fora do vulgar. E, inesperadamente, nós tivemos a mesma ideia para a dança livre. Eu vi-os a patinar em grande, com amplitude, e pensei que Rachmaninoff seria mesmo uma óptima escolha para eles. Eles vieram até mim e a primeira coisa que eles disseram foi “Sasha, o que é que tu pensas sobre Rachmaninoff?” Foi uma escolha mútua. Os meus favoritos são o “Concerto n.º 2” e “Vocalise”, então nós fizemos uma combinação dos dois para o livre.

Entrevistador – Vocês vão incluir a abertura do “Concerto n.º 2”?

Alexander Zhulin – Sem dúvida. Vamos começar a dança com essa parte.

Entrevistador – Este duo trabalha bem temas russos. O programa deve ser um sucesso?

Alexander Zhulin – Eu penso que esta é a equipa que pode mostrar todo o tipo de temas no gelo. Eles ouvem a música, eles são musicais por natureza.

Entrevistador – Então a Vika (*diminuitivo deVictoria) não é apenas uma clássica beleza russa, melódica e a patinar com amplitude?

Alexander Zhulin – Eu espero que ela brilhe. Nos últimos três anos em que eu os tenho visto, ela melhorou significativamente em termos de projecção. Ela começou a transformar-se de uma beleza russa para uma patinadora com uma variedade de emoções. Mas isso necessita de desenvolvimento para termos a certeza que existe um carisma unificado, química, esta ligação mágica entre os patinadores. Que eles não projectem só por si mas como um par.

Entrevistador – A nossa entrevista passada foi intitulada “Ilinykh precisa de Katsalapov”.

Alexander Zhulin – Bem, como treinador penso que sim mas o Nikita tomou uma decisão definitiva sobre a sua parceira e ele não queria ouvir mais nada. Parece que ele se sente confortável patinando e trabalhando com Viktoria. Está tudo bem, eles ainda são uma equipa jovem apesar dele já ser campeão olímpico. Eu penso que eles ainda vão patinar juntos pelo menos por mais cinco anos.

Entrevistador - Houve alguma pressão no Nikita para que ele voltasse a patinar com a sua anterior parceira?

Alexander Zhulin – Não faço ideia.

Entrevistador – Houve um rumor de que eles até chegaram a fazer um teste neste final de temporada.

Alexander Zhulin – Talvez. Eu não sei. Ele e a Vika vieram ter comigo e pediram-me que reunisse com eles e no dia seguinte eles estavam na pista de gelo.

Entrevistador – Tu conheces todos os patinadores de que falamos. Há informação não oficial de que Ruslan Zhiganshin, parceiro de Ilinykh, terminou a carreira competitiva. Tu tens alguns pensamentos na tua mente de que teoricamente pode existir uma situação de passar pelo mesmo rio duas vezes?

Alexander Zhulin – Eu penso que se um casal passar por um divórcio as coisas dificilmente voltarão a ser as mesmas. A patinagem artística é assim. Eles separaram-se e eu não penso que voltarão a estar juntos novamente.

Entrevistador – É o mesmo de quando tu deixaste a Maya Usova pela Oksana Grishuk que depois tentou voltar para o seu anterior parceiro Evgeny Platov com quem venceu duas medalhas de ouro olímpicas?

Alexander Zhulin – Sim, é parecido com isso.

Entrevistador – Então realmente não há problemas com a competição dentro do teu grupo? Porque a nossa mentalidade é assim: há uma nova equipa forte; isto significa que o treinador mudou as suas prioridades?

Alexander Zhulin – O treinador principal tem de ter uma atitude muito simples: ele deve trabalhar honestamente com todas as equipas. Eu gosto de observar o Brian Orser, a Eteri Tutberidze, a Marie-France Dubreuil e o Patrice Lauzon. É um trabalho muito sincero e todos os patinadores têm tudo o que lhes permite patinar e manter o seu destino nas suas próprias mãos. Os mais fracos podem ser deixados para trás mas os fortes prevalecem. Se tu fores forte, tu vais beneficiar de ter competição. Se tu fores fraco, o que é que há para falar?

Entrevistador – Isso é possível aqui?

Alexander Zhulin – Porque não? Quando eu patinava, nós tínhamos um grupo forte: Marina Klimova & Sergei Ponomarenko, Usova & Zhulin, Grishuk & Platov. Resultado: ganhámos todos os lugares no pódio nos mundiais de 1992. Não existam discussões, não havia problemas, todos trabalhavam no duro. A Natalia Dubova (*grande treinadora nessa época) podia afastar-se da pista de gelo. Nós puxávamos uns pelos outros e isso fez-nos crescer.

Entrevistador – Mas provavelmente tu tiveste à mesma de pensar nas palavras certas para dizer à Katya e ao Dima sobre a Vika e o Nikita.

Alexander Zhulin – Nós discutimos esta situação no ano passado. Eu disse-lhes que seria muito bom para eles terem parceiros de treino fortes. A competição não é suficiente, patinadores de elite como Bobrova & Soloviev, precisam de um empurrão adicional em todos os treinos. Se eles forem para o gelo e verem quão bons são Sinitsina & Katsalapov, logicamente que no dia seguinte eles terão de ir patinar o seu melhor. Esta é a minha abordagem. Pessoalmente era o que eu faria. Quando eu via a Marina Klimova e o Sergei Ponomarenko, eu nem sequer podia imaginar que não patinaria o meu programa. Depois quando nós íamos a competições estávamos todos numa forma fantástica. Outro exemplo de grandes parceiros de treinos: Virtue & Moir e Davis & White. Olhando para eles, eu sinto que eles se respeitavam mutuamente, apesar de uma equipa ter relegado a outra para segundo lugar, e quatro anos depois, eles terem trocado de lugar. Existe respeito mas é difícil ganhá-lo. Tu tens de querer ganhar.

Entrevistador – Parece-me que Sinitsina & Katsalapov e Bobrova & Soloviev se respeitam mutuamente.

Alexander Zhulin – Nós só começámos agora. Tudo tem funcionado bem até agora, veremos como vai correr. Eu espero que tudo vá correr bem.

Entrevistador – Na teoria tudo parece bem mas quando tu contaste à Katya e ao Dima que a Vika e o Nikita vinham treinar para o teu grupo, eles questionaram-te?

Alexander Zhulin – Não, eles não fizeram isso. Mas eu vi os seus olhares de preocupação. Ainda ninguém sabia como ia ser. Mas depois de algumas sessões de treinos tudo se acalmou.

Entrevistador – O Katsalapov é famoso por ser emocional no processo de treinamento.

Alexander Zhulin – Há atletas diferentes, alguns são super emocionais, outros são mais calmos. O objectivo do Nikita é manter as suas emoções em ordem, o meu objectivo enquanto treinador é o de controlar a situação. Talvez em algumas ocasiões deixá-lo sair mais cedo do treino, noutras ocasiões encontrar as palavras certas. É difícil treinar um campeão. Tu achas que era fácil com o Roman Kostomarov? Longe disso.

Nota: Roman Kostomarov venceu o título olímpico em dança com Tatiana Navka em 2006.

Entrevistador – Mas, como tu disseste, ele e a Tatiana Navka conseguiam voltar a juntar-se ao fim de cinco minutos.

Alexander Zhulin – Eles eram capazes porque eles queriam vencer. Isso ultrapassa as dificuldades pessoais. Se Sinitsina & Katsalapov não sofrerem com variações emocionais, eles têm um grande potencial. Senão, teremos de conversar, tentar explicar e lidar com eles. Mas agora isso são tudo teorias. Nós estamos a trabalhar na coreografia; o processo de treino ainda não começou exactamente. E eu vou recordar-te que o Nikita e a Lena trabalharam comigo durante quatro anos.

Entrevistador – Eu lembro-me.

Alexander Zhulin – Não foi fácil mas houve resultados e eles foram bons.

Entrevistador – Por outro lado, o Nikita sem as suas emoções não será ele mesmo, não é?

Alexander Zhulin – Com certeza. Tu não podes mudar a pessoa, tu apenas podes mudar a direcção. A maior parte depende do Nikita pois ele já não tem 17 anos. Ele tem de começar a pensar e a compreender o que é que ele quer alcançar.

Entrevistador – Tu disseste que lhes faltava paixão. Disseste que era belo, melódico mas que faltava energia.

Alexander Zhulin – Eu concordo; eu disse isso. Vou tentar resolver essas questões.

Entrevistador – Tu sabes como descontrair a Victoria?

Alexander Zhulin – Eu observo-a e estou a pensar nisso.

Entrevistador – Ela é lacónica, reservada e aparentemente só se abre para o Nikita.

Alexander Zhulin – Para mim, o mais importante é que eles tenham novas cores nos seus programas. Não há o suficiente. Eu preciso adicionar cor à sua patinagem. Para isso eu tenho o Sergei Pethukov, um coreógrafo experiente, que passa muito tempo a explicar o que é que nós estamos a patinar. Se eles aprenderem com ele, ou melhor, se eles quiserem aprender com ele, eles terão um novo visual.

Nota: eu sei que esta última frase está horrível em termos de escrita mas foi o que ele disse.

Entrevistador – Tu tens uma excelente atitude mas parece que as nossas equipas não podem esperar por um lugar superior a quinto nos próximos Jogos Olímpicos.

Alexander Zhulin – Porquê? Bobrova & Soloviev terminaram em terceiro na dança livre deste ano (*referência aos mundiais). Se a nota técnica tivesse sido um pouco diferente na dança curta, nós podíamos ter vencido o bronze. Os Jogos Olímpicos são um assunto diferente pois existe o desporto e existe política mas ninguém pode ignorar a patinagem – o factor de ter um grande programa. Os nossos opositores são muito fortes mas nós vamos tentar lutar.

Entrevistador – Tiffany Zahorski e Jonathan Guerreiro deixaram o teu grupo e mudaram-se para a Elena Kustarova. Parece que eles eram como filhos para ti, que tu cuidavas deles e acreditavas neles.

Alexander Zhulin – Bem… como podes ver, são coisas que acontecem. Alguma coisa deve ter corrido mal.

Entrevistador – Foi ideia deles?

Alexander Zhulin – Sim, claro.

Entrevistador - Eles não queriam ser os n.º 3?

Alexander Zhulin – Essa foi provavelmente a razão principal.

Entrevistador – Tu achas que eles teriam sido capazes de progredir no teu grupo com os membros novos ou isso os teria destruído?

Alexander Zhulin – Eu penso que teria sido difícil para eles. Eles não são o tipo de patinadores que fossem trabalhar duas vezes mais do que as outras duas equipas (Bobrova & Soloviev e Sinitsina & Katsalapov) para provar ao treinador que eles devem ser o par n.º 1. Mesmo em teoria. Eles não estavam prontos para isso.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Circuito do GP 2017/2018 - Pares

Circuito do Grande Prémio 2017/2018


Categoria de pares




A categoria de pares vai colocar face a face Meagan Duhamel & Eric Radford e Aliona Savchenko & Bruno Massot no Troféu Skate Canada e no Troféu Skate America. Este duelo promete até porque estes dois pares têm como objectivo qualificar-se para a grande final do circuito que vai ocorrer em Dezembro. Claro que estes pares também têm como objectivo a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2018 e, por isso, este duelo assume outra relevância.

A federação russa geriu as inscrições de forma cautelosa. O par Tatiana Volosozhar & Maxim Trankov, apesar de já estar praticamente de fora das competições, foi mantido na equipa de reserva da selecção nacional, pelo que ainda existe uma pequeníssima hipótese de ocuparem a vaga em aberto na Taça Rostelecom. Os veteranos Yuko Kavaguti & Alexander Smirnov encontram-se numa situação semelhante. As lesões graves que têm afectado Yuko revelaram-se difíceis de recuperar e o par está em “banho-maria”. A mim parece-me que o mais correcto seria atribuir a vaga em aberto na Taça Rostelecom ao par composto por Kristina Astakhova & Alexey Rogonov. Eles já têm uma inscrição em vigor (Troféu NHK) e podiam perfeitamente beneficiar da participação na Taça Rostelecom.

*Com a actualização ocorrida em Setembro, o par Astakhova & Rogonov foi de facto inscrito na Taça Rostelecom.


Lista de participantes

Taça Rostelecom

Ksenia Stolbova & Fedor Klimov (Rússia)

Evgenia Tarasova & Vladimir Morozov (Rússia)

Valentina Marchei & Ondrej Hotarek (Itália)

Julianne Séguin & Charlie Bilodeau (Canadá)

Sumire Suto & Francis Boudreau-Audet (Japão)

Marissa Castelli & Mervin Tran (Estados Unidos)

Xuehan Wang & Lei Wang (China)

Kristina Astakhova & Alexey Rogonov (Rússia) 


Troféu Skate Canada

Aliona Savchenko & Bruno Massot (Alemanha)

Meaghan Duhamel & Eric Radford (Canadá)

Vanessa James & Morgan Ciprés (França)

Liubov Iliushechkina & Dylan Moscovitch (Canadá)

Natalia Zabiiako & Alexander Enbert (Rússia)

Cheng Peng & Yang Jin (China)

Haven Denney & Brandon Frazier (Estados Unidos)

Sydney Kolodziej & Maxime Deschamps (Canadá)


Taça Audi China

Wenjing Sui & Cong Han (China)

Xiaoyu Yu & Hao Zhang (China)

Valentina Marchei & Ondrej Hotarek (Itália)

Nicole Della Monica & Matteo Guarise (Itália)

Anna Duskova & Martin Bidar (Rep. Checa)

Tarah Kayne & Danny O’Shea (Estados Unidos)

Kirsten Moore-Towers & Michael Marinaro (Canadá)

Ashley Cain & Timothy LeDuc (Estados Unidos)

Há uma vaga em aberto a ser atribuída a um par da China


Troféu NHK

Wenjing Sui & Cong Han (China)

Ksenia Stolbova & Fedor Klimov (Rússia)

Alexa Scimeca-Knierim & Chris Knierim (Estados Unidos)

Julianne Séguin & Charlie Bilodeau (Canadá)

Sumire Suto & Francis Boudreau-Audet (Japão)

Miriam Ziegler & Severin Kiefer (Austria)

Kristina Astakhova & Alexey Rogonov (Rússia)

Miu Suzaki & Ryuichi Kihara (Japão)


Internationaux de France

Evgenia Tarasova & Vladimir Morozov (Rússia)

Vanessa James & Morgan Ciprés (França)

Liubov Iliushechkina & Dylan Moscovitch (Canadá)

Nicole Della Monica & Matteo Guarise (Itália)

Anna Duskova & Martin Bidar (Rep. Checa)

Cheng Peng & Yang Jin (China)

Xuehan Wang & Lei Wang (China)

Lola Esbrat & Andrei Novoselov (França)

Troféu Skate America

Aliona Savchenko & Bruno Massot (Alemanha)

Meaghan Duhamel & Eric Radford (Canadá)

Xiaoyu Yu & Hao Zhang (China)

Alexa Scimeca-Knierim & Chris Knierim

Natalia Zabiiako & Alexander Enbert (Rússia)

Haven Denney & Brandon Frazier (Estados Unidos)

Kirsten Moore-Towers & Michael Marinaro (Canadá)

Deanna Stelatto & Nathan Bartholomay (Estados Unidos)




sábado, 10 de junho de 2017

Circuito do GP 2017/2018 - Dança

Circuito do Grande Prémio 2017/2018

Categoria de dança







A lista de participantes no circuito do grande prémio 2017/2018 já foi publicada. Ainda existem algumas vagas por preencher e há a possibilidade de serem feitas alterações devido a lesões ou desistências. Por agora este é o cenário previsível de competição.


Tessa Virtue & Scott Moir e Gabriella Papadakis & Guillaume Cizeron são os grandes candidatos à qualificação para a final que se disputará em Dezembro.


Virtue & Moir competirão em casa no Troféu Skate Canada e no Troféu NHK. Papadakis & Cizeron estarão presentes na Taça da China Audi e no Internationaux de France.


Destaque também para a estreia dos pares Lorraine Macnamara & Quinn Carpenter, Rachel Parsons & Michael Parsons e Alla Loboda & Pavel Drodz. Estes pares brilharam no escalão júnior e vão fazer a transição para seniores nesta temporada. São nomes a fixar para o futuro.


Curiosamente o nome de Elena Ilinykh e Ruslan Zhiganshin não aparece em qualquer grande prémio. Há rumores de que esta parceria terminou mas ainda há esperança que eles possam ser inscritos na Taça Rostelecom.


Nota: qualquer actualização na lista de participantes será feita neste post.


Lista de participantes


Taça Rostelecom


Maia Shibutani & Alex Shibutani (Estados Unidos)


Ekaterina Bobrova & Dmitri Soloviev (Rússia)


Piper Gilles & Paul Poirier (Canadá)


Charlene Guignard & Marco Fabbri (Itália)


Alexandra Stepanova & Ivan Bukin (Rússia)


Alisa Agafonova & Alper Ucar (Turquia)


Marie-Jade Lauriault & Romain Le Gac (França)


Rachel Parsons & Michael Parsons (Estados Unidos)


Nicole Kuzmichova & Alexandr Sinicyn (Rep. Checa)


Sofia Evdokimova & Egor Bazin (Rússia)




Troféu Skate Canada


Tessa Virtue & Scott Moir (Canadá)


Kaitlyn Weaver & Andrew Poje (Canadá)


Madison Hubbell & Zachary Donohue (Estados Unidos)


Natalia Kaliszek & Maksym Spodyriev (Polónia)


Alisa Agafonova & Alper Ucar (Turquia)


Kavita Lorenz & Joti Polizoakis (Alemanha)


Olivia Smart & Adriá Diaz (Espanha)


Kaitlin Hawayek & Jean Luc Baker (Estados Unidos)


Alla Loboda & Pavel Drodz (Rússia)


Carolane Soucisse & Shane Firus (Canadá)



Taça da China Audi


Gabriella Papadakis & Guillaume Cizeron (França)


Madison Chock & Evan Bates (Estados Unidos)


Ekaterina Bobrova & Dmitri Soloviev (Rússia)


Shiyue Wang & Xinyun Liu (China)


Elliana Pogrebinsky & Alex Benoit (Estados Unidos)


Lorraine Macnamara & Quinn Carpenter (Estados Unidos)


Angelique Abachkina & Louis Thauron (França)


Tiffany Zahorski & Jonathan Guerreiro (Rússia)


Hong Chen & Yan Zhao (China)


Linshu Song & Zhuoming Sun (China)




Troféu NHK


Tessa Virtue & Scott Moir (Canadá)


Anna Cappellini & Luca Lanotte (Itália)


Madison Hubbell & Zachary Donohue (Estados Unidos)


Isabella Tobias & Ilya Tkachenko (Israel)


Laurence Fournier-Beaudry & Nikolaj Sorensen (Dinamarca)


Victoria Sinitsina & Nikita Katsalapov (Rússia)


Alexandra Nazarova & Maxim Nikitin (Ucrânia)


Kana Muramoto & Chris Reed (Japão)


Marie-Jade Lauriault & Romain Le Gac (França)


Mitsato Komatsubara & Tim Koleto (Japão)





Internationaux de France


Gabriella Papadakis & Guillaume Cizeron (França)


Madison Chock & Evan Bates (Estados Unidos)


Kaitlyn Weaver & Andrew Poje (Canadá)


Charlene Guignard & Marco Fabbri (Itália)


Alexandra Stepanova & Ivan Bukin (Rússia)


Natalia Kaliszek & Maksym Spodyriev (Polónia)


Elliana Pogrebinsky & Alex Benoit (Estados Unidos)


Alla Loboda & Pavel Drodz (Rússia)


Angelique Abachkina & Louis Thauron (França)


Lorenza Alessandrini & Pierre Souquet (França)




Troféu Skate America


Maia Shibutani & Alex Shibutani (Estados Unidos)


Anna Cappellini & Luca Lanotte (Itália)


Piper Gilles & Paul Poirier (Canadá)


Isabella Tobias & Ilya Tkachenko (Israel)


Victoria Sinitsina & Nikita Katsalapov (Rússia)


Shiyue Wang & Xinyun Liu (China)


Kana Muramoto & Chris Reed (Japão)


Kaitlin Hawayek & Jean Luc Baker (Estados Unidos)


Tiffany Zahorski & Jonathan Guerreiro (Rússia)


Rachel Parsons & Michael Parsons (Estados Unidos)