quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Tradução de entrevista de Evgenia Medvedeva

A bicampeã mundial Evgenia Medvedeva concedeu uma entrevista à jornalista Olga Ermolina depois da sua bem-sucedida participação no Open do Japão 2017. O principal tópico da entrevista foi o programa livre de Evgenia para esta temporada.







O link original pode ser consultado aqui: http://www.fsrussia.ru/intervyu/3242-evgeniya-medvedeva-proizvolnuyu-programmu-my-pomenyali-posle-turnira-v-bratislave.html


Tradução de entrevista


Olga Ermolina - Zhenya (*diminutivo de Evgenia), por que é que decidiste mudar o programa livre e por quê "Anna Karenina"?


Evgenia Medvedeva - O programa "Anna Karenina" foi inicialmente criado para um número de exibição. Eu patinei-o pela primeira vez num espectáculo no Japão. A reacção do público foi óbvia - o programa foi muito bem aceite. Eu senti o personagem, vivi-o. É uma linda e poderosa música da banda sonora do filme "Anna Karenina" que me penetra, eu moldo-me a essa peça. Toda a equipa adorou a exibição e alguém sugeriu entredentes por que não usá-la como programa livre. Será errado dizer que o programa livre anterior coreografado pelo Ilya Averbukh não resultou. Pelo contrário, no Ondrej Nepela o feedback do público foi bom e as notas atribuídas pelos juízes foram altas. Mas o personagem Karenina emocionou-me tanto que eu decidi que tinha de mudar. Em conjunto com os treinadores, nós decidimos que "Anna Karenina" resultaria melhor para mim na temporada olímpica.


Olga Ermolina - Os programas na época olímpica devem ser diferentes? Em caso afirmativo - de que modo?


Evgenia Medvedeva - Eu considero que os programas olímpicos devem ter uma música poderosa facilmente reconhecida que deve ser óbvia para os teus compatriotas sem necessitar de traduções. Anna Karenina é assim. Alguns podem não ter lido o livro de Leon Tolstoy mas é provável que o filme de 2012, que venceu um Oscar, protagonizado pela Keira Knightley, e com actores como o Jude Law, tenha sido visto por muita gente. Todos os amantes da patinagem artística e profissionais: não percam mais tempo e assistam ao filme se ainda não o viram. Vocês vão gostar muito. Isto é o que estou a mostrar no gelo e se virem o filme vão perceber tudo. A música do programa faz parte da banda sonora e foi nomeada para o Oscar de melhor trilha. É poderosa, penetrante, vai directa ao coração. Sempre foi importante para mim entender o que eu estou a patinar, que história é que eu estou a contar no gelo. Eu entendo o tema de Karenina - a sua história de amor, as suas preocupações. Uma personagem tão específica é fora do comum para mim. É muito interessante trabalhar nela.


Olga Ermolina - Quando é que foi tomada a decisão de mudar o programa livre?


Evgenia Medvedeva - Depois da competição em Bratislava. Foi decidido que mudaríamos o programa livre para "Anna Karenina". Esta não foi uma decisão fácil. Claro que é um risco mudar o programa durante a temporada. Mas como a época ainda estava no início, nós tivemos tempo suficiente.


Olga Ermolina - Quão diferente é o programa livre da exibição?


Evgenia Medvedeva - Um número de exibição é diferente de um programa de competição, então nós tivemos de proceder a alterações para acomodar o conteúdo, acrescentar os saltos. Mas a ideia geral, o desenho, os passos, os peões são os mesmos. Depois de Bratislava até ao Open do Japão, nós trabalhámos no novo programa livre. Como o programa me é tão confortável, o trabalho foi fácil e divertido.


Olga Ermolina - Por favor relembra-nos quem é que coreografou "Anna Karenina"?


Evgenia Medvedeva - O Daniil Gleikhengauz e a Eteri Tutberidze. Mas deixa-me salientar que gostei muito do programa livre feito pelo Ilya Averbukh. Eu não o rejeitei e poderei patiná-lo novamente no futuro.


Olga Ermolina - Os resultados no Open do Japão, de acordo com as notas, demonstram que a decisão foi acertada?


Evgenia Medvedeva - As notas nos componentes foram mais elevadas para a "Anna Karenina". E repito que eu me sinto muito confortável a patinar este programa. Eu adoro o personagem. Eu penso que o programa é um sucesso. Mas não sou eu que devo julgar, isso fica para os juízes e para o público.





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